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Como adotar a Indústria 4.0 sem trocar todo o parque fabril

Pesquisa desenvolvida pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostra que, em uma década, a digitalização do processo produtivo industrial deve atingir 21,8% das empresas. O dado significa um salto em relação ao que temos hoje, que representa um percentual de 1,6%.

A pesquisa demonstra que nos próximos anos a indústria irá viver um processo de transformação industrial bastante intenso, com as empresas, de fato, buscando trazer essa tecnologia e fazer parte da Indústria 4.0, implementar essas práticas no seu modo de produção.

Atualmente no Brasil há uma estimativa de que 77,8% das empresas ainda estejam nos estágios industriais 1 e 2 no quesito automação do seu parque fabril, o que significa que 3 em cada 4 indústrias ainda não alcançaram em termos de níveis de robotização em suas plantas.

“Esse dado demonstra um potencial incrível para o setor, e também garante que a transição do estado tecnológico não seja tão traumático, uma vez que essas empresas, investindo em automação de seus parques fabris, o farão já no conceito da Indústria 4.0”, comenta o gerente comercial da Hartness-SEE Sistemas, Esau Manzano Rodrigues.

Para adequar-se ao mercado, estima-se ainda que em 10 anos cerca de 55% das empresas estarão nos níveis 3 e 4 de automação fabril. Entretanto, essa transformação para a Indústria 4.0 não precisa ser feita de uma só vez, conforme explica Rodrigues.

“Para os parques fabris instalados, recomendamos que seja realizada uma transição faseada, ou seja, uma linha ou equipamentos por vez, já que nessa transformação há uma quebra de paradigma, principalmente quando se salta do nível 2 para o nível 3, que já é a etapa da robotização”, destaca.

Devido à forte mudança que exige, essa transformação precisa ser feita de forma progressiva, pois, ao ocorrer gradualmente no parque fabril, auxiliará para que as dificuldades pontuais em uma linha ou máquina específica sejam solucionadas e o aprendizado necessário seja disseminado para as próximas implementações.

Etapas da modernização do parque fabril para a Indústria 4.0

Antes de mais nada, o dono ou gestor da indústria que busca a mudança de estágio da sua empresa em termos tecnológicos precisa ter um passo a passo bem definido, que deve iniciar pela avaliação crítica do impacto que essa transformação irá trazer de ganhos produtivos e benefícios para a corporação.

A partir dessa análise, recomenda-se um planejamento de forma vertical, de modo a fazer essa transformação do parque fabril aos poucos, priorizando pontos mais importantes, primeiramente, por exemplo, com aqueles pontos ou equipamentos que irão aumentar a produtividade da indústria.

No caso, por exemplo, de uma empresa obsoleta, a grande dificuldade será sair do estágio 2 de automação para o 3, que é o da robotização. Já deste último para a Indústria 4.0, também conhecida como nível 4, não há um salto muito expressivo em termos do modo de operação.

Para que a modernização desse parque fabril possa ser implantada, sugere-se o desenvolvimento de um estudo macro que confronte a situação atual com a situação futura, para que, dessa forma, possa haver uma visão ampla e assertiva. É importante que estejam previstas nesse estudo as necessidades produtivas e uma expansão que contemple dos próximos 5 a 7 anos, para que seja desenhada uma solução versátil e flexível.

Para as indústrias que já estão no nível 3 de automação, existem recursos que permitem esse “retrofit” no nível de informação e parâmetros que trarão a planta para um estágio 4. Cabe ressaltar que é fundamental a determinação dos pontos principais da planta e desenvolver um trabalho em que os ganhos ou as necessidades sejam mais aparentes.

Nas plantas automatizadas, que correspondem a muitas empresas que já passaram suas plantas industriais para o nível 3, a implementação dos parâmetros da Indústria 4.0 para todos os pontos de um sistema pode ser financeiramente injustificável e, até mesmo, ter um retorno para a empresa abaixo do esperado. Por isso, o ideal é iniciar por pontos-chave críticos dentro do processo produtivo e da realidade da indústria.

Como a sua empresa está de adaptando a este novo conceito? Compartilhe sua experiência nos comentários!

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