A importância de disseminar a informação correta e desmistificar as crenças de que os alimentos industrializados podem fazer mal à sociedade é um dos inúmeros desafios que o setor enfrenta.
Para falar sobre o assunto, representantes da indústria e de associações do setor se reuniram durante o Fórum Fispal Tecnologia, que teve sua abertura na manhã desta quinta-feira (28 de junho), no São Paulo Expo.
O consumo de açúcar e sal no Brasil é de aproximadamente 75% - fora do processo industrializado –, e 25% do processo industrializado, conforme comentado por Raul Amaral, coordenador técnico da Plataforma de inovação tecnológica, do ITAL (Instituto de Tecnologia de Alimentos). Ou seja, é preciso fazer alterações culturais para que haja a conscientização de hábitos mais saudáveis – muito mais do que uma modificação na indústria.
O comportamento do consumidor é o que guia as inovações e transformações do mercado. No entanto, as mudanças da formulação dos alimentos é algo que deve ser feita com cuidado – como comenta Marina Fernie, vice-presidente de marketing de alimentos, da Unilever Brasil. “O consumidor não está preparado para uma forte transformação. É preciso fazer uma mudança gradual para que o brasileiro possa mudar seus hábitos aos poucos, sem afetar radicalmente seu paladar”, diz.
Para os participantes do debate, é fundamental que haja um trabalho de educar o consumidor sobre como a indústria trabalha na segurança dos alimentos. “Existem muitos mitos sobre a indústria a serem esclarecidos ao consumidor. O desafio é comunicar de forma clara, transparente e simples para que ele faça a escolha certa”, comenta Vivan Leite, diretora de marketing da Tetra Pak.
João Dornellas, presidente executivo da ABIA, concorda que a informação correta é a palavra-chave. "Não adianta demonizar a indústria: ela não é a culpada, mas sim parte da solução".
Andréa Mota, diretora de categorias, da Coca-Cola Brasil, trouxe uma provocação à tona: “por que quando a gente fala de alimentação, por que a tecnologia causa tanta estranheza – se somo tão conectados? Isso é algo que a indústria tem que ajudar a desconstruir”, diz.