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Sorvetes: como aumentar o consumo em diferentes classes sociais

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Pesquisa O Futuro do Food Service traz a situação do consumo de sorvetes no Brasil por classe social; especialistas dizem o que pode aumentar as vendas para diferentes públicos

Cerca de 80% dos brasileiros estão aptos a consumirem sorvetes e sobremesas geladas fora de casa, mas há classes sociais mais dispostas a isso, seja por poder econômico ou mesmo por cultura, é o que aponta a pesquisa O Futuro do Food Service 2022, realizada pela Fispal Food Service e pela Empresa Júnior Fundação Getulio Vargas (EJFGV).

Isadora El Ghossain, membro da Empresa Júnior Fundação Getulio Vargas (EJFGV) e uma das coordenadoras do estudo, ressalta o caráter democrático do consumo de sorvetes e semelhantes. “Tanto das classes mais baixas, contando D e E, até as mais abastadas, A e B, o consumo de sobremesas desses itens fica sempre acima de 60%”, diz a coordenadora.

Porém, ela alerta que há diferenças no nível da adesão relacionadas às classes sociais. Segundo os dados da empresa, o maior consumo está na classe C1, com 85,96% dos pertencentes a esse estrato social dizendo consumir sorvetes e sobremesas geladas fora de casa.

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Os membros das classes B1 e B2 vem em seguida como os maiores adeptos, com 84,09% e 84,57%, respectivamente, dizendo consumir sorvetes e sobremesas geladas fora de casa.

Na classe C2, com renda um pouco menor que da classe C1, o consumo é de 80,56%, o quarto maior. Entre os mais abastados, membros da classe A, o número de pessoas que dizem realizar esse tipo de consumo é de 79,17%, ficando à frente apenas das classes D e E, que juntas reúnem 62,50% das pessoas consumindo sorvetes e produtos semelhantes.

“Ressalta-se a alta frequência de consumo entre todas as classes sociais, que pode ser justificada pela variedade de opções de sobremesas geladas”, diz o relatório da pesquisa.

Como atrair classes mais abastadas

Daniel Corigliano, business manager da Fispal Food Service e Fispal Sorvetes, diz que o segredo para atrair diferentes consumidores passa por entender o valor ideal para cada classe e ter à disposição itens que permitam essa diversidade de preços.O valor ideal a oferecer para atrair mais gente nos momentos de baixa é um dos pontos que as empresas precisam se dedicar a entender”, destaca.

Para agregar valor e aumentar o faturamento com opções as classes de maior renda, ele destaca a necessidade de oferecer produtos top de linha com algum acompanhamento, apostando na experiência.

“Um dos casos mais emblemáticos é o do petit gateu, mas existe outras maneiras de fazer essa diversificação, como café, doces, frutas, entre outras opções. É pensar o que fazer para usar o sorvete como potencial para aumentar seu faturamento”, destaca Corigliano.

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Barateamento para atrair classes de menor renda

Martin Eckhardt, empresário do ramo de sorvetes e presidente da Abrasorvete (Associação Brasileira do Sorvete e Outros Gelados Comestíveis), diz que a associação está trabalhando para democratizar ainda mais o consumo. Ele destaca que o brasileiro tem quase a metade do consumo de sorvete de mercados como o Chile e a Argentina, o que aponta para uma oportunidade de crescimento.

Para ampliar esse consumo, ele afirma que a associação está articulando “soluções junto à vigilância sanitária, ao Ministério da Economia e outras esferas do governo federal”. E uma das iniciativas a serem aceleradas no ano que vem é a aprovação de um projeto de lei, em tramitação na Câmara, que prevê retirada do IPI, que antes tinha incidência de 5%, e que caiu para 3,25%. “A ideia é reduzir ainda mais a incidência de impostos sobre itens que compõem os sorvetes e gelados comestíveis para ampliar o acesso da população a esses itens.

Sorvete ainda é “muito caro”

Eckhardt diz que, proporcionalmente, o sorvete ainda é muito caro no Brasil, o que atrapalha o acesso das populações de menor renda, as que menos consomem esse tipo de produto, segundo a pesquisa da Fispal, e parte desse valor alto está atrelado à cobrança de impostos.

“O sorvete é muito caro e por isso que ele não tem o consumo que deveria ter, isso porque 35% em média do preço final do produto é imposto”, diz o empresário.

“Se conseguimos melhor a carga tributária, será um grande avanço, com o Brasil podendo ao menos igualar países em desenvolvimento, como Chile e Argentina, que tem consumo anual de sorvete de 12 litros por pessoa. O Brasil, um país tropical, ainda não chegou aos sete litros, mesmo tendo condições de produzir os melhores sorvetes do mundo”, ressalta.

 

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