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Drive thru de sorvete: das redes de fast food às pequenas gelaterias

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Inspirado no modelo de negócios consagrado pelas redes de fast food, o empresário Tiago Silva transformou a Boto Gelato em um drive thru durante a pandemia.

Seja para apanhar um lanche para comer entre um compromisso e outro, ou pela praticidade de não precisar buscar vaga para estacionar e nem descer do carro, o drive thru já é um modelo de negócios consagrado pelas redes de fast food. Inspirado nesse conceito, o empresário Tiago Silva, da Boto Gelato, em Santarém (PA), transformou a sua gelateria em drive thru e contou um pouco dessa experiência durante o evento digital Inova Sorvetes, realizado pela Fispal Sorvetes.

Quando a pandemia teve início em março de 2020, o empresário foi obrigado a fechar a sua gelateria. Diante do cenário de incerteza daquele momento, somado ao fato de que o imóvel onde ficava a Boto Gelato estava com problemas estruturais, Silva achou melhor fechar a operação. Um dia, ao observar a ampla frente do terreno de sua casa, localizada em uma avenida de grande movimento na cidade paraense, o empresário teve a ideia de transformar a sua gelateria em um drive thru.

“Eu pesquisei muito sobre esse modelo e não encontrei nenhuma gelateria nesse formato. Ao menos no Brasil, nós fomos os primeiros a investir em uma gelateria drive thru”, conta Silva. Inaugurado em outubro de 2020, o drive thru foi um sucesso imediato. “Foi uma ideia ousada, mas fez muito sucesso. Fazia fila de carros na porta”, conta o proprietário da Boto Gelato.

Logo na entrada do drive thru, é possível ver em uma tela os sabores de gelato disponíveis no dia – os carros-chefes da marca são o gelato de cumaru e o treme treme, que combina os sorbets de maracujá com pimenta indígena wai wai e de cupuaçu com jambu e cachaça com jambu. Depois de escolher o sabor, o cliente avança com o carro até a primeira janela, onde faz o pedido e o pagamento. E, na janela seguinte, ele pode retirar o pedido.

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De acordo com o proprietário da Boto Gelato, a praticidade de não precisar estacionar e nem sair do carro cativou os clientes. “Na temporada de chuvas e nos dias de calor intenso, o drive thru é visto como uma ótima alternativa”, afirma Silva.

Outro lado positivo do drive thru é que se trata de modelo de negócios enxuto, ou seja, exige pouco investimento inicial. “Não é preciso gastar com decoração, vitrines, mesas e cadeiras. Basta um freezer adaptado e baldes de plástico para armazenar os gelatos na temperatura de serviço”, afirma o proprietário da Boto Gelato. E o drive thru foi projetado de forma que somente um funcionário por turno consiga operá-lo. “O mesmo funcionário consegue receber o pagamento e entregar o pedido na janela seguinte”, conta Silva. 

Em outubro do ano passado, exatamente um ano depois de abrir o delivery, Silva inaugurou a loja física da marca, a Boto Gelato Concept Store, em frente ao drive thru. Ele também mantém uma loja em Alter do Chão, cidade paraense que é considerada um dos polos turísticos do Estado, que ficou fechada por alguns meses durante o auge da pandemia. Mesmo assim, ele decidiu manter o drive thru. “Temos muitos clientes fiéis, que preferem usar o drive thru pela praticidade”.  

Embora o drive thru não exija um grande investimento inicial, é preciso analisar bem se esse modelo de negócios condiz com a região onde está a sorveteria. O contexto de pandemia também é algo para se levar em conta. “Com a retomada, as pessoas estão, cada vez mais, em busca de um lugar onde possam sentar e passar um tempo. Se eu tivesse a oportunidade de abrir mais um drive thru, eu o faria junto com uma loja”, explica o proprietário da Boto Gelato.

Estrutura do drive thru pode expandir o alcance da sorveteria

A pesquisa Fispal Food Digital, realizada pela Fispal Food Service e Fispal Sorvetes em parceria com a EJFGV (agência Jr. da FGV), revelou que 56% dos estabelecimentos oferecem sorvetes ou sobremesas congeladas. Entre os que não oferecem, a quantidade de recursos requeridos muitas vezes se mostra um grande empecilho.

Para Marcia Garbin, que comanda a Gelato Boutique, na capital paulista, esse modelo de negócios de drive thru pode ser uma boa alternativa para muitos empresários do setor. “Pode ser uma boa estratégia para quem tem uma dark kitchen, que atende no delivery ou vende para restaurantes, porque a estrutura é semelhante”, explica ela, que é embaixadora da Fispal Food Service e ministra cursos e mentorias para profissionais do setor.

Mas ela ressalta que é essencial investir em divulgação. “É preciso fazer um investimento em marketing bem forte, porque é isso que vai trazer as pessoas para o seu negócio. Na minha opinião, está aí a garantia para o sucesso”, acredita Marcia. 

A pesquisa completa Fispal Food Digital está disponível para download gratuito; veja aqui.

 

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