Você já deve ter escutado falar em Custo da Mercadoria Vendida, que é um dos vilões ou heróis de qualquer operação de Varejo ou Food. É sabido que dentro do CMV existem alguns fatores a mais, do que o simples custo, como desperdício, perdas entre outros pormenores, mas o principal fator impactante é realmente o custo do insumo.
Para um bom CMV precisamos ter custos proporcionais ao preço de venda de cada produto em seus negócios. Nem sempre o menor preço é o melhor, pois dependemos de qualidade do produto, mas para chegar ao melhor preço para o seu negócio, não podemos sair comprando no primeiro fornecedor.
Insumos de alimentação em geral flutuam muito de preço no curto espaço de tempo. Alguns são balizados em dólar, outros dependem do clima ou sazonalidade. Quantas vezes você já não viu que o preço do tomate disparou por causa de uma chuva forte, ou o preço da farinha aumentou porque o dólar subiu?
E a grande sacada do varejo, continua sendo, comprar bem, e vender bem! Nas grandes cidades existem diversos distribuidores, atacadistas, e até fornecedores da indústria que vendem diretamente para o food service. Diria que além de diversos fornecedores, existem centenas (ou até milhares) de marcas similares de insumos que podem ser substituída com mesmo rendimento, apresentação, sabor e com custos melhores.
É neste momento que entra a Cotação de Compra. Um gestor de food service ou varejo deve, semanalmente, cotar os insumos com seus fornecedores.
Vou deixar aqui algumas dicas para você:
- Elenque pelo menos 3 fornecedores da sua região que trabalhem com cada grupo de insumos;
- Pelo menos 1 vez por semana, envie sua solicitação de cotação para todos os fornecedores que você separou, perguntando o preço dos seus insumos. Se você precisa de uma determinada marca, informe-a no pedido de cotação. Sempre bom informar se você aceita outra marca similar;
- Ao receber a cotação, preencha na sua planilha o preço e a marca do insumo, assim pode criar uma fórmula que já estime para você o total de cada pedido a ser feito;
- Verifique – manualmente, via macro da planilha, ou utilizando um sistema –, qual das cotações tem o menor preço por item, para a qualidade desejada, ou mesmo no total de compras. Lembre-se que eventualmente fornecedores tem pedido mínimo para faturarem;
- Repita este processo pelo menos 1 vez por semana.
Sim, é um processo que leva tempo, tem que ter disciplina. Muitos fornecedores respondem atualmente por whatsapp, gerando um monte de informações que podem se perder. Fique atento!
Mas a “simples e velha” máxima do contato com o vendedor sempre vai te deixar próximo daquelas promoções relâmpago, que podem ser a salvação de um CMV que tenha “saído dos trilhos”.
Uma outra dica, é cuidado com fornecedores homologados previamente. Se sua rede de franquia exige que você somente compre em determinado fornecedor, tome cuidado. Não estou dizendo para você descumprir regras ou acordo com seu Franqueador, mas é sempre bom comparar com o mercado, uma vez que você pode comprovar ao Franqueador que existe condição melhor em produto exatamente igual (similar) do que o homologado, dando uma margem melhor para o negócio. Vez por outra, franqueadores “levam um rebate” destes itens homologados, e obviamente, quem está pagando este rebate é você.
Tenho absoluta certeza que este processo, mesmo demorado, muitas vezes manual, pode te ajudar a economizar bastante, pois existe toda uma ciência por traz de compras.
E não se esqueça: quando seus produtos chegarem, confira a Nota Fiscal com o produto físico! Tem sempre uma margem de possíveis “desvios” nestes casos, mas isto é assunto para outro artigo!
Gaste este tempinho a mais, crie processos para isto, e certamente você verá seu CMV descer e seu lucro subir.
*Marcio Blak, criando estratégias de crescimento para softwares de food, varejo e Franquias.
LEIA MAIS:
Restaurantes: levem sua marca no digital tão a sério quanto no físico!
Pagamento sem contato: o mundo Contactless 3.0
O mundo food e seu delivery também querem ser Open!