A Indústria 4.0 vem ganhando destaque na indústria de alimentos e bebidas nacional. Muitas empresas do setor já se mostram interessadas nas vantagens proporcionadas pelo novo conceito e buscam a melhor maneira de aplicá-lo dentro da sua realidade de negócio. E não é para menos.
Considerada a 4ª Revolução Industrial, a iniciativa propõe a união da automação, da robótica e de outras tecnologias avançadas para transformar de forma abrangente toda a esfera de produção da indústria. Dessa forma, as decisões no chão de fábrica passam a ser tomadas por máquinas de produção dotadas de sensores capazes de se comunicarem entre si, receber informações em tempo real, armazenar dados, assim como identificar e corrigir defeitos sem a intervenção humana.
De acordo com o professor pesquisador do IMT (Instituto Mauá de Tecnologia), Ari Costa, o maior desafio da Indústria 4.0 é fazer com que as empresas trabalhem colaborativamente para que as linhas de produção funcionem e as empresas atinjam seus resultados. E para quem pensa que essa nova revolução industrial depende de altos investimentos, Costa avisa: “a Indústria 4.0 precisa de inteligência”.
É possível adequar máquinas consideradas mais antigas para que elas interajam com mecanismos mais modernos, “fazemos um implante neural nas máquinas”. Na linha, o sistema se ajusta sozinho, reconhecendo sequencias de trabalho e identificando eventuais falhas como a presença de impurezas no alimento.
Outra característica da Indústria 4.0 que tem chamado a atenção é a inversão produtiva: agora o cliente pede o que quer ou o mercado demanda e a indústria produz – o que tem sido chamado de business transformation. No caso da indústria de alimentos e bebidas, será possível produzir alimentos com mais ou menos ingredientes e “do gosto do” cliente.
Informações sobre os últimos pratos consumidos ou os mais frequentemente pedidos ficam armazenadas em um prato ou bandeja, assim é possível repetir a receita, sabendo exatamente o que foi consumido. É possível ainda calcular o preço dos produtos baseado em informações fornecidas pelo sistema; com na gestão de energia para dispensar um molho ou cobertura.
Você pode conferir no vídeo gravado na 33ª edição da Fispal Tecnologia, em junho de 2017. Em uma área de 300 m², o Demonstrador Indústria 4.0 - Alimentos e Bebidas trouxe uma linha de produção que simulou a produção de alimentos.