Em 2015, o segmento do vidro obteve receita de R$ 2,770 bilhões no mercado das embalagens no Brasil, o que representa 4,84% de participação de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e da ABRE (Associação Brasileira de Embalagem). Essa indústria - que já apresentou queda produtiva na casa de 9% neste ano, agora dá sinais de recuperação e registra redução de 5% - é beneficiada pela reciclagem, prática que possibilita nenhuma perda de material. Isso permite redução de custos significativos como o de matéria-prima virgem e energia, consequentemente, em preços mais competitivos para a demanda da indústria de alimentos e bebidas.
Cerca de 47% das embalagens de vidro foram recicladas em 2010 no Brasil, somando 470 mil toneladas, segundo o Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem). Na Alemanha, o índice foi de 87%, Suíça de 95% e Estados Unidos de 40%, no mesmo ano. Durante a fusão, os cacos são utilizados no processo de fabricação com total aproveitamento, resultando em embalagens novas com as mesmas características de qualidade das produzidas a partir de matérias-primas virgens.
O caminho da reciclagem no Brasil passa por oito etapas: coleta, depósito na empresa recicladora, remoção de tampa e rótulo, triagem por tipos de produto e cor de vidro, separação de objetos não recicláveis, lavagem para remoção de resíduos, moagem do vidro e refundição. Para a Abividro (Associação Técnica Brasileira das Industrias Automáticas de Vidro), a reciclagem é um nicho de mercado inexplorado, com grande potencial de lucratividade.
Guia de reciclagem do vidro
Para que o processo de reciclagem dê certo, de acordo com o Guia Reciclagem do Vidro - 100% puro 100% reciclável, da Abividro, é necessário atenção em três fatores: volume a ser beneficiado, distância a ser percorrida e custos operacionais. No caso do volume, para se projetar o potencial de coleta de um programa, deve ser levado em conta o consumo de 0,5kg/mês/habitante, que é a média de consumo brasileira. Poder aquisitivo e hábitos regionais também influenciam o consumo de determinados alimentos e bebidas embalados de vidro.
O quesito distância considera a extensão percorrida entre pontos de captação até as usinas de beneficiamento e respectivas vidrarias que compram a matéria-prima caco. A cada 6 toneladas de vidro reciclado utilizadas, deixa-se de emitir, em média, 1 tonelada de dióxido de carbono (CO2). Os custos são, basicamente, os gastos de captação de vidro descartado, beneficiamento e transporte de caco. Eventualmente, pelo valor de compra do material, dependendo da fonte de abastecimento.