Diferentemente do que muita gente imagina, a Indústria 4.0 não exige, necessariamente, a inutilização total dos equipamentos mais antigos do chão de fábrica, mas, sim, a integração de todo o maquinário, além da comunicação e da coleta de dados referentes aos processos produtivos.
O grande objetivo dessa nova revolução industrial é, justamente, estudar maneiras de integrar as máquinas já empregadas nas empresas a fim de aumentar a produtividade, reduzir custos e favorecer a competitividade. Afinal, computadores, internet, robôs, sensores e, até mesmo, a impressão 3D são recursos já utilizados pela indústria há alguns anos, seja em maior ou menor escala.
“A integração de máquinas antigas com o conceito da Indústria 4.0 é possível. Porém, devemos fazer, em todos os casos, um estudo cuidadoso do custo envolvido e dos benefícios possíveis relacionados ao uso desses equipamentos adaptados”, ressalta Fernando Madani, coordenador do curso de Engenharia de Controle e Automação do Instituto Mauá de Tecnologia, responsável pelo projeto.
A integração de máquinas antigas com a Indústria 4.0
A aplicação dos conceitos da gestão 4.0 é fundamental para viabilizar a manutenção e a competitividade da indústria nacional, sobretudo no ambiente globalizado em que vivemos. Mas não seria lógica - nem possível - a realização dessa tarefa sem o aproveitamento das máquinas existentes no parque industrial brasileiro. Nesse sentido, integrar um equipamento antigo com outro moderno, configurado de acordo com os preceitos da 4º Revolução Industrial que tanto falamos, não é só possível, como também recomendável.
Pensando justamente em mostrar, na prática, a transformação das plantas industriais de acordo com os moldes da Indústria 4.0, um grupo de alunos do curso de Engenharia de Controle e Automação do Instituto Mauá de Tecnologia desenvolveu uma solução capaz de promover a conectividade entre máquinas diferentes, dos mais variados anos e modelos. Para isso, o maquinário de oito fabricantes diferentes foi colocado à disposição dos estudantes para a aplicação das funcionalidades necessárias, permitindo, assim que todos os equipamentos trabalhassem conectados e utilizassem os conceitos desse novo modelo de gestão.
“O ponto principal a ser destacado neste projeto diz respeito à aplicação de novas tecnologias em equipamentos industriais reais, já existentes, para que eles fossem inseridos no conceito da Indústria 4.0, além da consolidação de um conjunto de boas práticas que pode ser aplicado em pequenas e médias empresas do mercado nacional”, explica o professor.
A transição no chão de fábrica
São muitas as maneiras de migrar cada equipamento para os conceitos 4.0. Dependendo dos recursos existentes e dos resultados desejados, pode ser feito desde um retrofit completo (processo de modernização de algum equipamento considerado ultrapassado) até o uso e a adaptação de diferentes sistemas de sensores e padrões de comunicação já embarcados nesses dispositivos, mas que encontram-se fora de uso atualmente.
“As diferentes propostas não requerem uma alteração significativa na infraestrutura existente, apenas uma adaptação dos equipamentos, que pode ser a personalização da sua interface com os sistemas de gerenciamento industrial existentes, por exemplo”, completa o especialista.
Normalmente, os custos dessa adaptação costumam ser, obviamente, mais baixos em relação à renovação não justificada do parque industrial como um todo.
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