Sabores, aromas e embalagens de melhor qualidade: conheça as vantagens da nanotecnologia na indústria de bebidas.
A nanotecnologia é a aplicação prática da ciência das pequenas coisas. Quando abordamos esse assunto, estamos falando em partículas de um milionésimo de milímetro ou até um bilionésimo de metro.
“São partículas muito pequenas que se dispersam mais facilmente no processo e, com isso, garantem que as características de aroma, sabor, textura e experimentação se fixem no produto com maior facilidade”, explica o coordenador do Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Embalagem do Instituto Mauá, Antônio Cabral.
Essa novidade agrega novas tecnologias que podem ser aplicadas para a veiculação, proteção e liberação controlada dos ingredientes, para torná-los mais solúveis e biodisponíveis, para permitir a criação de novas texturas, cores, aromas e sabores, e para detecção de patógenos e toxinas.
Essa tecnologia ajuda a ampliar as propriedades funcionais dos alimentos e das bebidas, a aperfeiçoar as características sensoriais e, ainda, contribui para a conservação do produto.
Assim, no setor de alimentos e bebidas, a nanotecnologia está gerando um grande impacto, por influenciar a forma com que são produzidas as bebidas e os alimentos, até mesmo o processo de fabricação de embalagem.
Por isso, empresas de todo o mundo investem cada vez mais no desenvolvimento de nanomateriais. Eles estão fazendo a diferença na qualidade e na segurança nutricional, aprimorando os benefícios que os alimentos e as bebidas industrializadas podem proporcionar para a saúde.
Esse fato foi comprovado pela Universidade Nacional Autônoma do México, que desenvolveu nanopartículas com um polímero biodegradável e com uma capa externa resistente ao calor. Essa capa protege as vitaminas e proteínas armazenadas no interior das partículas.
De acordo com os estudos desenvolvidos pela pesquisadora da Universidade do México, Maria da Luz Zambrano Zaragoza, ao adicionar essas partículas nas bebidas cujo tamanho oscila entre 250 e 500 nanômetros, é evitada a perda de vitaminas e proteínas, substâncias que são suscetíveis ao calor e acabam perdendo suas propriedades.
A adição de nanocápsulas a bebidas como sucos, por exemplo, devido a todo processo ao qual o produto passa até se tornar efetivamente o suco pronto, garante a manutenção das propriedades - que, se não fosse devido ao uso da nanotecnologia, poderiam ser reduzidas em até 60%.
Vantagens da nanotecnologia
A nanotecnologia apresenta um ganho de produtividade, por reduzir a contaminação da matéria-prima por microrganismos. Cabral comenta que outra vantagem é o fato de eu usar menos materiais na produção. E, por ser realmente muito pequeno, ele passa por um filtro mais apurado. "Todo esse produto vai ser colocado em pequeníssima quantidade, por isso é necessário um cuidado no momento de fazer a adição. Uma bebida com 10% de açúcar, se tiver 10,1 ou 9,9, o consumidor provavelmente não vai sentir a diferença no que diz respeito às suas propriedades, mas quantidades maiores podem ter um grande impacto para na satisfação do consumidor”, enfatiza.
Cabe destacar que a nanotecnologia pode ser usada, também, como nanosensores na tampa e na garrafa, de modo que o produto tenha uma maior rastreabilidade. Outra vantagem, é em relação à quantidade, pois uma pequeníssima quantidade é o suficiente para cumprir o seu papel e manter as propriedades desejadas do produto.
Nanomateriais nas embalagens
E não é só dentro das bebidas que a nanotecnologia é utilizada. Os nanocompósitos são utilizados também nas chamadas embalagens inteligentes. Nas garrafas, por exemplo, eles podem ser aplicados visando minimizar o vazamento de dióxido de carbono. Isso aumenta a vida útil das bebidas carbonatadas sem ter de utilizar embalagens de vidro mais pesadas ou latas mais caras, o que interfere também no preço do produto que chega ao consumidor.
Existem, ainda, outros produtos em desenvolvimento, tais como embalagens plásticas com nanossensores capazes de detectar gases presentes em alimentos que se estragam e embalagens que mudam de cor para alertar o consumidor sobre mudanças nas propriedades do produto.
Nesse sentido, cabe destacar os filmes plásticos à base de nanopartículas de silicato, os quais reduzem o fluxo de oxigênio no interior e o vazamento de umidade, tudo para deixar o alimento fresco por mais tempo.
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