Todos os atores responsáveis pelo setor de produção de carnes devem, antes de educar o consumidor, buscar ativamente as melhores informações sobre o produto trabalhado, especialmente nos assuntos mais sensíveis que costumam se transformar em mitos.
Hoje, há uma facilidade muito grande para encontrar informações sobre qualquer assunto, basta acessar a internet que a informação estará lá. Mas será que essas informações são confiáveis? “Nossa maior preocupação é quanto podemos confiar nas informações que pipocam a todo o momento”, comenta Sergio Raposo de Medeiros, pesquisador em Nutrição Animal na Embrapa Gado de Corte (Empresa de Pesquisa Agropecuária)
Madeiros sugere que para fugir dos “micos” da internet, é fundamental selecionar bem as fontes, tentando usar aquelas mais prestigiadas, bem como checando o histórico de fontes menos conhecidas.
Ainda que peguemos informações de instituições famosas, ainda há a possibilidade de vermos conteúdos ruins vinculados a elas. Dessa forma, Medeiros sugere pegar informações sobre um mesmo tema de várias (boas) fontes: “Isso também é válido para encontrarmos pontos de vista diferentes, abrindo novos horizontes”.
Após essa fase, com boa informação e com boa base técnica, Medeiros indica que o profissional deve aproveitar todas as oportunidades para contestar de forma serena e bem argumentada os mitos que surgem, sempre se baseando na verdade dos fatos.
E os perigos reais? Qual o papel dos profissionais para reduzi-los?
Apesar de muitos dos medos dos consumidores serem apenas mitos, há perigos relacionados à carne que são reais e precisam ser reduzidos. E esta função cabe aos dos profissionais da área. Medeiros cita que os perigos reais da carne são os mesmos enfrentados pela maioria dos alimentos, ou seja, podem ser veículo para doenças (como a tuberculose e brucelose), parasitas e infecções alimentares por microrganismos patogênicos.
Parte desses problemas deve ser combatida logo dentro da porteira, com o produtor cumprindo à risca o calendário oficial das vacinações obrigatórias, usando estrategicamente as vermifugações e oferecendo um ambiente que seja favorável à saúde do animal.
“Neste sentido, um dos principais quesitos é manter o animal sempre bem nutrido, pois nessa condição ele tem maior capacidade para se defender dos desafios sanitários, lançando mão de seus próprios sistemas de defesa”, explica Medeiros.
Fora da porteira, os profissionais envolvidos na indústria frigorífica e na comercialização (açougues e supermercados) devem se manter sempre em vigilância, procurando identificar possíveis problemas com animais, carcaças e cortes, evitando que cheguem ao consumidor.
Por fim, o pesquisador da Embrapa comenta sobre a importância das corretas temperaturas de produção, transporte e armazenamento. “O profissional deve agir para que as temperaturas às quais os produtos cárneos ficam expostos entre produção e compra sejam sempre consistentemente baixas e adequadas”, explica.
Os mitos da carne são muitos e precisam ser desmistificados. Faça a sua parte compartilhando este artigo com seus amigos!