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Consumo de açúcar no Brasil: quais os desdobramentos do tema para 2023

Consumo de açúcar no Brasil

Manter a produção de alimentos com bons níveis para o consumo de açúcar é um desafio às indústrias. Veja a perspectiva para o futuro

O consumo de açúcar no Brasil chega à média de 80 gramas ao dia. No entanto, a quantia recomendada por estudos e especialistas com base em uma dieta de 2 mil calorias é de 25 a 50 gramas diárias.

Ou seja, o consumo brasileiro está fora do padrão que a Organização Mundial da Saúde recomenda. A recomendação é que o consumo não ultrapasse 10% do total de calorias diárias, mas o ideal seria que não chegasse nem a 5%. A obesidade infantil é um ponto que deve ser acompanhado de perto e, o consumo do açúcar certamente tem ligação com essa condição. Um levantamento concluiu que mais de 340 mil crianças entre 5 e 10 anos são atendidas pelo SUS devido à obesidade.

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Quanto o brasileiro consome de açúcar por ano?

De acordo com a OMS, cada brasileiro consome cerca de 30 kg de açúcar por ano. Fazendo as contas, isso quer dizer aproximadamente 18 colheres de chá de açúcar por dia. No entanto, a recomendação é consumir no máximo 18,2 kg de açúcar por cada pessoa durante um ano.

Para um paladar acostumado, biscoitos, bebidas e sobremesas ficam com um sabor muito melhor quando têm açúcar. Além disso, ingerir açúcar produz a serotonina, que é aquele neurotransmissor que regula o humor e o sono. Porém, é bom ter em mente que o consumo elevado pode trazer consequências negativas à saúde. Ingerir de forma abusiva faz o tecido adiposo aumentar, além de elevar os níveis de glicose e colesterol no sangue. 

A consequência, sem dúvida é conhecida por muitas pessoas pelo mundo: doenças crônico-degenerativas como câncer, obesidade, diabetes e até problemas cardiovasculares. No entanto, a redução do consumo de açúcar no Brasil não é tão simples quanto parece. Isso porque não é sempre que a ingestão é direta, há casos em que o açúcar é apenas um ingrediente.

Em suma, cerca de 36% do açúcar consumido encontra-se em alimentos industrializados tais como refrigerantes e achocolatados. 

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De acordo com a OMS, cada brasileiro consome cerca de 30 kg de açúcar por ano.

Quais os desdobramentos e expectativas para o consumo de açúcar no Brasil em 2023?

O início da temporada de produção de cana-de-açúcar é em abril no Centro-Sul do Brasil. E, neste momento, a expectativa é de maior produtividade para esse período. 

Há indícios de que o Centro-Sul deve produzir entre 560 a 595 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Segundo dados da Unica, na temporada 2022/23 a produção foi de 538,98 milhões até o dia 16 de dezembro. 

A previsão é de que a região Centro-Sul acrescente entre 36 e 37 milhões de toneladas na produção de açúcar durante a temporada 2023/24.

Uma quantidade considerável do açúcar para exportação já foi registrada com condições favoráveis para o próximo ciclo mundial. Neste caso, há menor possibilidade de mudanças drásticas no mix de produção que são estabelecidas de acordo com o mercado mundial.

Por outro lado, projeções que indicam superávit na produção de açúcar mundial durante a temporada 2022/23 podem levar a uma diminuição nos preços externos do açúcar branco e demerara.

A previsão, de acordo com a Organização Internacional do Açúcar, é um superávit de 6,18 milhões de toneladas em 2022/23, ultrapassando o esperado de 2021/22 que era 1,66 milhão de toneladas. O destaque está nas produções da Índia e do Brasil, além da redução de consumo no mundo todo.

A produção mundial deve atingir 182,14 milhões de toneladas em 2022/23 para a OIA, o que representa um novo recorde e 3,5% a mais que o ciclo passado. Enquanto isso, o consumo deve chegar a 174,3 milhões de toneladas neste ciclo, 2021/22 foi de 175,9 milhões.

Outro dado importante é que, de acordo com a OIA, a disponibilidade do açúcar a ser exportado foi de 62 milhões de toneladas em 2021/22. Porém, essa temporada 2022/23 deve chegar a 64,48 milhões de toneladas. 

Quanto foi o consumo de açúcar dos brasileiros nos últimos 2 anos?

O consumo de açúcar global deve ter um crescimento da demanda pela commodity, segundo as perspectivas do Rabobank. Porém, também há expectativas de que o índice de aumento não supere 1%.

Há considerações do consumo de açúcar global entre 2000 e 2021. E, durante esse tempo considerado, existem linhas de tendências distintas para cada década, que são capazes de demonstrar ritmos diferentes de crescimento.

A tendência nos primeiros dez anos foi o aumento anual de 2,5% no consumo global. Entretanto, na última década, a média foi de 1% ao ano apenas. Decerto, há pontos a serem destacados nestas diferenças ao longo dos anos.

O primeiro destaque está relacionado aos ciclos 2019/20 e 2020/21, que vão de outubro a setembro, por conta da pandemia de Covid-19. De fato, a pandemia afetou o consumo dos mais variados tipos de alimentos, inclusive o açúcar. Então, há controvérsias sobre incluir ou não esses dados no cenário total.

A partir do choque negativo da pandemia sobre os rendimentos, os padrões de oferta e demanda certamente foram influenciados. Com base nos dois últimos anos, o crescimento do consumo de açúcar entre 2011/12 e 2018/19 é de 1,3%.

Então, mesmo excluindo os dados, a taxa de crescimento ficou abaixo dos 2,5% da década passada. E, de acordo com dados do banco, a média do aumento anual no mercado de açúcar era de 2%, por exemplo.

 

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