Transformar teoria em prática exige dedicação. Com a NR 12 (Norma Regulamentadora) não é diferente. Publicada há aproximadamente cinco anos pelo MS (Ministério do Trabalho), estabelece “medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores”. O desafio para as indústrias - incluindo a indústria de alimentos e bebidas - está em “traduzir” o material do Ministério para a rotina de seus trabalhadores.
Muitas companhias, no entanto, fazem isso de maneira equivocada, comenta o coordenador de treinamentos da Schmersal, José Amauri Martins. “A finalidade do treinamento é esclarecer. E devemos lembrar que onde há máquinas a NR12 é aplicável”. Segundo o especialista os erros mais comuns no desenvolvimento de um curso sobre a norma Regulamentadora são:
- Não obedecer ao que está escrito e tentar fazer algo diferente, “dando o jeitinho brasileiro”
- Não usar os componentes corretos para realizar os procedimentos
- Realizar a instalação de maquinários de forma errada. A NR 12 determina, dentre outros temas, a norma técnica e distância entre os equipamentos e locais seguros para funcionários. “A maioria das empresas fazem aleatória”
- A empresa designar profissional não capacitado ou habilitado para participar do curso. O que pode dificultar o entendimento de temas técnicos. Quem deve participar do curso:
- Engenheiros Eletricistas
- Engenheiros de Segurança do Trabalho e de Manutenção
- Técnicos de Segurança do Trabalho
- Técnicos com formação em Eletrotécnica
- Profissionais envolvidos na área de segurança e automação industrial.
O que abordar:
- CLT (Consolidação das Leis do Trabalho);
- Instalações e Dispositivos Elétricos;
- Dispositivos de Partida, Acionamento e Parada;
- Sistema de Segurança;
- Dispositivo de Parada de Emergência;
- Transportadores de Materiais;
- Manutenção, Inspeção, Preparação, Ajuste e Reparo;
- Sinalização;
- Manuais;
- Procedimentos de Trabalho e Segurança;
- Capacitação.
Outro desafio comum no Brasil é lidar com culturas regionais e corporativas. Martins comenta que há locais com maior ou menor concentração de empresas multinacionais, mesmo fábricas e empreendimentos familiares. Saber disso, também influencia no desenvolvimento de um curso adequado.
Seja na indústria de alimentos e bebidas ou nos demais setores, ainda segundo o consultor, é preciso mudar a mentalidade de empresários, que normalmente não têm cultura prevencionista; pensando que acidentes acontecem por descuido do funcionário. “Mas o que aconteceria se o trabalhador sofrer de mal súbito e cair sobre a máquina?”.