Este início de 2020 trouxe como novidade a aprovação de dois novos ingredientes alimentares derivados de sementes de cânhamo (variedade Cannabis sativa L.) no Uruguai, tornando-se o primeiro país da região latino-americana a aprovar o uso de derivados de cânhamo em alimentos, e não há dúvida de que foi um dos primeiros países a aprovar seu uso e consumo para fins medicinais e recreativos.
Por meio de dois decretos interministeriais, o Uruguai aprovou dois novos ingredientes para uso em alimentos derivados de sementes de cânhamo (variedade Cannabis sativa L.). O primeiro ingrediente aprovado é a proteína de sementes de cânhamo, obtida a partir de sementes de cânhamo industriais ou castanhas da variedade Cannabis sativa L., processando o restante do produto da extração de óleo. Além disso, foi aprovado o uso de óleo de semente de cânhamo obtido a partir de sementes ou noves de cânhamo industrial (variedade Cannabis sativa L.), sempre com um teor de THC (delta-9-tetra-hidrocanabinol) menor que 1% (p/p).
Foi demonstrado que o uso de derivados de sementes de cânhamo apresenta grande potencial para uso na indústria alimentícia, devido ao alto teor de ácidos graxos essenciais, como os ácidos linoléico, oleico, alfa-linolênico, entre outros ácidos graxos poli-insaturados. Seu uso como fonte de proteína vegetal também é reconhecido, pois possui muito completo de aminoácidos. Considera-se que aproximadamente 100 gramas de sementes de cânhamo contêm 31% de proteína e 49% de gordura.
Cabe ressaltar que, globalmente, o interesse no uso de derivados da cannabis (canabidiol - CBD) é uma das maiores tendências em ingredientes alimentares. Alguns exemplos são vistos no Canadá, que foi um dos primeiros países a aprovar seu uso em alimentos, na Austrália e na Nova Zelândia, e atualmente na União Europeia, onde é considerado um novo ingrediente.