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Busca por estilo de vida saudável alicerça a categoria de sucos em tempos difíceis

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Apesar dos altos índices de inflação que têm influenciado os hábitos de consumo, dados apresentados pela Mintel mostram que a categoria de sucos se mantem relevante na dieta dos brasileiros.

Não é novidade que o Brasil, como um país tropical, nos oferece uma quantidade abundante de frutas. Historicamente, elas sempre estiveram nas dietas das famílias brasileiras, tanto em sua forma original como por meio de alimentos derivados: geleias, tortas, doces e, principalmente, sucos. Apesar de sua popularidade, no entanto, este último segmento tem sofrido as consequências da turbulência econômica e dos altos índices de inflação a que temos assistido nos últimos dois anos, que têm transformado os hábitos de consumo de praticamente todas as categorias da indústria de alimentos e bebidas.

A boa notícia é que, de acordo com dados apresentados pela Mintel em um relatório deste ano sobre o consumo de sucos no Brasil, apesar de muitos consumidores buscarem driblar a inflação optando por opções mais baratas, a categoria é percebida como aliada de uma dieta saudável – fator que cada vez mais tem determinado as decisões de compra no país, especialmente em tempos de pandemia –, mantendo-se relevante na dieta dos brasileiros.

Mas essa relativa estabilidade do segmento de sucos não está dada e os consumidores estão cada vez mais críticos. A pesquisa da Mintel aponta que 28% dos brasileiros têm reduzido o consumo da bebida por terem a percepção de que são produtos ricos em açúcar e, consequentemente, incompatíveis com uma alimentação saudável. Essa é uma tendência particularmente importante para a indústria, já que a partir de outubro passa a valer uma nova legislação sobre rotulagem de alimentos e bebidas, que impõe a exibição de informações claras a respeito dos valores nutricionais dos produtos nas embalagens, o que inclui açúcares adicionados, gordura saturada e sódio.

No caso de fabricantes de sucos, isso demandará o investimento em novas formulações, que preferencialmente reduzam a quantidade desses componentes nas bebidas ao mesmo tempo em que mantenham para o consumidor um preço competitivo. E sim, equacionar as duas variáveis é possível. Em países onde a rotulagem já está em vigor, diferentes marcas ajustaram com sucesso formulações de produtos a fim de reduzir o teor de açúcar nas bebidas.

Ademais, 39% dos entrevistados estão consumindo mais água e frutas frescas em vez de sucos, o que está relacionado tanto aos desafios econômicos como a uma percepção – apresentada por 20% deles – de que os sucos não são tão saudáveis quanto as frutas in natura. Entendo que esta seja uma oportunidade para as marcas apostarem em formulações de sucos com altos teores de vitaminas e minerais, próximos ao nível das frutas frescas, incrementando seu valor agregado a fim de mostrar aos consumidores que os sucos podem, sim, fazer parte de uma dieta saudável e equilibrada.

É certo que muitas dessas transformações nos hábitos de consumo são fruto dos anos de turbulência econômica e pandemia que temos atravessado. Enquanto algumas delas podem ficar restritas a estes anos, tenho certeza de que, em um cenário de recuperação econômica, estimado para daqui três a cinco anos, o consumidor brasileiro estará demandando produtos cada vez mais saudáveis e sustentáveis em sua produção, e a categoria dos sucos não será exceção.

O relatório da Mintel, afinal, aponta que, mesmo hoje, com todos os entraves econômicos, 33% dos consumidores estão dispostos a pagar mais por sucos feitos a partir de ingredientes sustentáveis, e 27% deles pagariam mais por sucos envasados em embalagens sustentáveis. Não sou futurista, mas tendo a apostar que estes índices só crescerão à medida que os efeitos da crise climática e de desafios de saúde pública se tornarem mais e mais perceptíveis na vida dos consumidores.

Na Tetra Pak, já estamos sentindo o efeito dessas novas exigências dos consumidores, com clientes de sucos nos procurando para ampliar o teor de saudabilidade de suas formulações e de sustentabilidade de suas embalagens cartonadas, aumentando o uso de plástico à base de plantas nelas, por exemplo. Fato é que, para se manterem competitivas no médio e longo prazo, as marcas terão de se adaptar a esses novos modelos de consumo, orientado por dois fatores principais: saudabilidade e sustentabilidade.

 

*Danilo Zorzan é diretor de Marketing da Tetra Pak Brasil

 

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