Os diferentes tipos de plástico apresentam para as cooperativas de reciclagem grandes desafios relacionados à sua reutilização. Para que esses materiais não sejam descartados, algumas das maiores companhias de alimentação estão tentando resolver essas questões.
A Unilever, por exemplo, vem apostando alto na reutilização do plástico, inclusive dos plásticos maleáveis, que são, geralmente, descartados pelas cooperativas de reciclagem pela dificuldade de reutilização do material a um preço acessível.
Mesmo com os desafios, até 2025, a companhia pretende cumprir três metas principais relacionadas à reciclagem. A primeira é reduzir o uso da resina virgem pela metade. Depois, ter 100% das embalagens recicláveis, retornáveis ou compostáveis. E, por fim, coletar mais plástico do que coloca no meio ambiente.
“São metas desafiadoras, embora algumas estejam perto de serem alcançadas”, diz Zita Krammer, gerente de Embalagem e Sustentabilidade da Unilever.
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A executiva explica que o plástico pet, já amplamente utilizado no segmento de refrigerantes, já tem uma cadeia bem estabelecida para recuperação e reutilização do material, mas outros plásticos, como o polietileno, enfrentam desafios diferentes.
Unilever e o ‘refino’ do polietileno
Ainda assim, a Unilever tem trabalhado para criar também para esse produto uma cadeia eficiente de recuperação e reciclagem do material. “O polietileno não tinha essa cadeia bem estruturada, o destino dado no pós-consumo eram mesas, cadeiras, postes e outros objetos mais rústicos. Agora, estamos dando um valor premium para ele”, diz a executiva.
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A redução da resina virgem para a produção de embalagens plásticas já está em processo avançado. Em 2017, a empresa utilizava 100% de resina virgem, o que vem diminuindo ao longo do tempo e, hoje, 30 mil toneladas de plástico foram recuperadas pela empresa para que fossem reutilizadas, reduzindo o uso de resina virgem.
Plástico flexível é desafio
Com relação à coleta de plástico, que precisa ser acima do que a empresa coloca no meio ambiente, segundo a meta estabelecida, Zita diz que o principal desafio está atrelado ao plástico flexível. “A gente precisa criar valor para ele para que seja mais fácil incluí-lo de volta na cadeia”, destaca.
“Aqui, no Brasil, a Unilever conseguiu desenvolver uma resina que pega esse plástico flexível e transforma em resina de polipropileno. Ela está sendo aplicada nas nossas tampas, que, hoje, injetadas com polipropileno virgem, passam a usar 100% dessa resina recuperada de plástico flexível”, explica a executiva da Unilever.
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