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Agenda ESG inclui agora a regeneração

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Hoje a agenda ESG evoluiu da ideia de ter preocupações sustentáveis para também recuperar no planeta o que o ser humano degradou

O ideário da sustentabilidade, como sabemos, evoluiu, e o mundo dos negócios adotou a propalada agenda ESG (do inglês, políticas definidas, planejadas e implementadas com preocupação ambiental, social e de governança). Talvez você ainda não saiba, mas o ESG está entrando atualmente em uma nova seara: a inclusão da ideia da regeneração. Representantes de grandes empresas explicaram o conceito durante a Arena FispalTec 2023.

A gigante Nestlé já incorporou este conceito a seu processo produtivo e, entre outros, está auxiliando e engajando os seus fornecedores agrícolas a acompanharem a empresa nesta jornada. “No pilar da regeneração, avaliamos como nosso processo como um todo pode gerar um impacto positivo, com renovação de ecossistemas ou recuperação de recursos degradados pela ação humana”, explicou Cristiani Vieira, Head de Sustentabilidade Ambiental da Nestlé, durante o Painel “Os caminhos para conciliar a agenda ESG na produção de alimentos e bebidas.”, na Arena FispalTec. “Um dos trabalhos que nos tem dado muito orgulho é o de ajudar o nosso fornecedor a atuar em áreas degradadas ao redor de sua plantação [em geral, de café, trigo ou cacau].”

Cristiani apresentou diversas iniciativas da companhia suíça em ESG de encher os olhos da sociedade. Num deles, na planta de Montes Claros, toda a água retirada de litros e litros de leite para produzir o condensado da marca Moça é usada na produção do café Bom Gusto, outra marca da Nestlé. O projeto, conhecido como Zero Água, é totalmente autossuficiente na gestão e uso do recurso, não necessitando do consumo de fontes externas. Entre outros exemplos, a executiva citou também que todas as caldeiras da Nestlé usam madeira dos processos produtivos (renovável) ou borra de café para produzir o vapor necessário para a indústria.

Ideias inovadoras e grandes parcerias também estão na ordem do dia, quando o assunto é ESG. A Ambev, por exemplo, fez um acordo com o app de venda de bebidas Zé Delivery para fazer logística reversa de embalagens. “O mesmo entregador do Zé Delivery que leva a bebida a sua casa pode agora coletar garrafas de vidro retornável”, mencionou Caio Augusto Ramos, Sustainability Director da Ambev, que participou do Fórum de Embalagens, na Arena FispalTec. “A embalagem tem um peso muito grande para o nosso negócio em termos de sustentabilidade e trazê-la de volta para dentro da empresa é talvez o maior obstáculo.”

A Kraft Heinz verificou que a cidade de Nerópolis (GO), local de duas plantas que fabricam molho de tomate, maionese e mostarda, além de abrigar também um centro de distribuição da companhia tinha um baixo IDH. “Cerca de 30% da população da cidade, durante a pandemia, estava em situação de vulnerabilidade social. Para uma cidade de 30 mil habitantes, estamos falando de cerca de 10 mil pessoas”, calcula Renan Cremonesi, Head de ESG Latam da Kraft Heinz.

Para amenizar o problema, a empresa mantém o programa “Nerópolis Sem Desperdício de Alimentos”, em que envolve agentes públicos, como Conselho Tutelar e CRAS, escolas, ONGs e a população para atender 1.300 famílias. Nele, a empresa promove feiras gratuitas com frutas e legumes que seriam descartados por não estarem em conformidade com que esperava a indústria ou o comércio locais, mas que mantinham o valor nutritivo.

“Atendemos a 250 famílias por semana, em sistema de rodízio, para chegar a todas as 1300”, explicou Cremonesi, lembrando a importância da operação para o município, já que a Kraft Heinz emprega 2.000 pessoas na localidade.

Helga Franco, Diretora de Assuntos Corporativos da Mondeléz Internacional, dona da marca de chocolates Lacta, entre outros, também citou uma gama de iniciativas em que a companhia vem promovendo, de mãos dadas com o fornecedor, leia-se, o agricultor. “A gente trabalha oportunidades de inserir conceitos de reflorestamento, sistema agroflorestal, autossuficiência, repassamos uma diversidade de informações sobre o cacau aos 1800 produtores parceiros em especial, dos estados da Bahia, Pará e Espírito Santo, que são os principais produtores. Tudo isso para chegar a uma melhora do produto por hectare e a um aumento da qualidade de vida deles”, explicou também na Arena FispalTec. “Temos que pensar como melhorar ambientalmente os produtos atuais e não só pensar nos produtos que teremos no futuro”. E isso é regeneração.

A próxima edição da Fispal Tecnologia e da TecnoCarne vai acontecer de 18 a 21 de junho de 2024.

TAG: Tecnologia
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