Alimentação regenerativa define um conjunto de práticas que visam restaurar e revitalizar ecossistemas, auxiliando no combate às mudanças climáticas. Empresas que adotam o método podem se diferenciar no mercado e fidelizar consumidores. Saiba mais.
A alimentação regenerativa está ganhando destaque tanto entre os consumidores quanto na indústria de alimentos e bebidas. Em poucas palavras, trata-se de práticas agrícolas que não apenas conservam, mas também restauram e revitalizam os ecossistemas.
Na indústria, a alimentação regenerativa está sendo aplicada de diversas maneiras, desde a escolha de fornecedores que adotam essas práticas até a reformulação de produtos para incluir ingredientes regenerativos.
Para as empresas, aderir a essa tendência pode trazer inúmeras vantagens, como a diferenciação no mercado, a fidelização dos consumidores e a redução de custos a longo prazo. Para os consumidores, os benefícios incluem alimentos mais nutritivos e a satisfação de contribuir para a preservação do meio ambiente.
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O que é alimentação regenerativa?
A alimentação regenerativa é uma abordagem inovadora e abrangente que visa restaurar e revitalizar os ecossistemas agrícolas. Diferentemente das práticas tradicionais de agricultura, que muitas vezes se concentram apenas na maximização da produção, a agricultura regenerativa se preocupa com a saúde a longo prazo do solo, da água e da biodiversidade.
Esse método inclui técnicas como a rotação de culturas, a compostagem, o plantio direto e a agrofloresta, todas projetadas para aumentar a matéria orgânica no solo e melhorar sua capacidade de retenção de água, além de promover a biodiversidade.
Práticas regenerativas ajudam a combater as mudanças climáticas ao capturar carbono no solo e reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Além disso, um solo saudável é mais resistente a pragas e doenças.
A abordagem não só protege o meio ambiente, mas também melhora a qualidade dos alimentos produzidos, que se tornam mais nutritivos e saborosos. Além disso, os benefícios também se estendem ao bem-estar animal.
Em um sistema alimentar regenerativo, os animais são criados em pastagens onde podem expressar comportamentos naturais e são parte integrante do ecossistema agrícola. Por exemplo, o pastoreio rotacional, em que os animais são movidos regularmente para novas áreas de pastagem, ajuda a distribuir uniformemente os nutrientes do solo e promover a regeneração das plantas.
Em quais processos industriais a regeneração pode ser aplicada?
A regeneração pode ser aplicada em diversos processos industriais dentro da cadeia de produção de alimentos, desde a agricultura até a entrega ao consumidor final. Cada etapa oferece oportunidades para práticas que restauram e revitalizam os ecossistemas, promovem a sustentabilidade e melhoram a qualidade dos produtos.
Agricultura
A regeneração começa no campo. A agricultura regenerativa implementa técnicas que melhoram a saúde do solo e a biodiversidade. Práticas como a rotação de culturas, o uso de cobertura vegetal e a agrofloresta são essenciais.
A rotação de culturas evita a exaustão do solo, enquanto a cobertura vegetal protege contra a erosão e melhora a retenção de água. A agrofloresta, que integra árvores e arbustos com culturas agrícolas, aumenta a biodiversidade e melhora a resiliência das lavouras.
Além disso, o pastoreio rotacional e a integração de animais nas fazendas regenerativas ajudam a distribuir os nutrientes do solo e a controlar pragas de maneira natural. O uso de compostagem e biofertilizantes em vez de fertilizantes químicos também é uma prática que melhora a qualidade do solo e reduz a dependência de insumos sintéticos na agricultura.
Seleção dos ingredientes
A seleção de ingredientes é outra área em que a regeneração pode ser aplicada. Empresas podem optar por fornecedores que utilizam práticas agrícolas regenerativas, garantindo que os ingredientes adquiridos não apenas são de alta qualidade, mas também foram produzidos de maneira sustentável.
A escolha por ingredientes locais e sazonais também reduz a pegada de carbono associada ao transporte e apoia a economia local. Trabalhar com agricultores que seguem princípios regenerativos promove uma agricultura mais resiliente e diversificada, beneficiando tanto o meio ambiente quanto as comunidades agrícolas.
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Produção de alimentos
Na produção de alimentos, a regeneração pode ser aplicada através de processos que minimizam o desperdício e utilizam recursos de maneira eficiente. Por exemplo, a reutilização de subprodutos agrícolas como ingredientes para novos produtos alimentares pode reduzir o desperdício e aumentar o valor nutricional dos alimentos.
Implementar programas de economia circular nas fábricas, onde resíduos são reciclados e reutilizados, contribui para a sustentabilidade. Além disso, o uso de fontes de energia renovável, como solar e eólica, na produção de alimentos reduz a dependência de combustíveis fósseis e diminui a pegada de carbono da empresa.
Embalagem dos alimentos
Optar por materiais de embalagem biodegradáveis ou compostáveis ajuda a reduzir o impacto ambiental. Empresas podem investir em embalagens feitas de materiais reciclados ou que sejam facilmente recicláveis, promovendo uma economia circular.
A redução do uso de plástico e a implementação de embalagens retornáveis ou reutilizáveis são práticas regenerativas que diminuem o desperdício. O design de embalagens que utilizam menos material sem comprometer a proteção dos produtos também contribui para a sustentabilidade.
Entrega ao consumidor
As empresas podem optar por meios de transporte mais sustentáveis, como veículos elétricos ou a logística verde, que busca otimizar as rotas de entrega para reduzir a emissão de carbono. A adoção de sistemas de distribuição locais também pode diminuir a pegada de carbono e apoiar as economias regionais.
Vantagens da alimentação regenerativa
A alimentação regenerativa oferece uma série de vantagens significativas para o meio ambiente, produtores e consumidores. Conheça as principais a seguir.
Melhora da biodiversidade
A alimentação regenerativa promove a biodiversidade ao adotar práticas agrícolas que incentivam a diversidade de plantas, animais e microorganismos. Técnicas como a rotação de culturas, o plantio de cobertura vegetal e a agrofloresta criam um ambiente saudável e equilibrado para diferentes espécies coexistirem e prosperarem.
Além disso, a inclusão de áreas de preservação dentro das fazendas, como corredores ecológicos e zonas de refúgio para a fauna, ajuda a manter os habitats naturais e promove a circulação de espécies. Isso não só protege a vida selvagem, mas também contribui para um ecossistema agrícola mais robusto e sustentável.
Redução de danos
Práticas como a não utilização de pesticidas e fertilizantes químicos, a conservação do solo e a gestão eficiente da água ajudam a minimizar o impacto negativo da agricultura no meio ambiente.
A regeneração ajuda a combater as mudanças climáticas. A agricultura regenerativa captura carbono no solo, reduzindo a quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera. Isso contribui para a mitigação do aquecimento global e melhora a qualidade do ar e da água nas áreas agrícolas.
Redução do desperdício
Desde a utilização integral das colheitas até a reutilização de subprodutos agrícolas, essas práticas buscam aproveitar ao máximo os recursos disponíveis – o que não só diminui o volume de resíduos, mas também aumenta a eficiência e a sustentabilidade da produção regenerativa de alimentos.
Nas fábricas, a implementação de processos de economia circular, na qual os resíduos são reciclados e reutilizados, contribui significativamente para a redução do desperdício.
Além disso, a adoção de embalagens biodegradáveis e recicláveis diminui o impacto ambiental dos resíduos pós-consumo, promovendo um ciclo de vida mais sustentável para os produtos.
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Aumento da satisfação do consumidor
A transparência e a rastreabilidade associadas à alimentação regenerativa permitem que os consumidores saibam exatamente de onde vêm os seus alimentos e como foram produzidos. Isso gera confiança e fortalece a relação entre o consumidor e a marca, resultando em um maior engajamento e apoio às práticas sustentáveis.
A alimentação regenerativa se mostra essencial para a indústria de alimentos, promovendo sustentabilidade, melhorando a qualidade dos produtos e atendendo às demandas dos consumidores por práticas ecológicas.
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A 26a edição da feira traz ainda o tradicional congresso científico Summit Future of Nutrition. Profissionais e especialistas vão discutir temas essenciais para o futuro da indústria de alimentos, com destaque para a cadeia de ingredientes.
No dia 7 de agosto, o tema estará em pauta no painel "Alimentação Regenerativa: Enfrentando a Fome com Sustentabilidade e Tecnologia", com participação de Alessandra Lopes de Oliveira, Professora da USP; Natasha Monteiro de Pádua, Co-Founder da Upcycling Solutions; e Rosana Blasio, CEO da Pacto Contra a Fome; moderação de Beatriz Clark, Founder da Bclarking Ingredients Technology.
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