A indústria do futuro já não considera apenas tecnologias, inteligência artificial, automação e Internet das Coisas como pilares essenciais de inovação. No novo conceito 5.0 da indústria — que atualiza a anterior 4.0 —, há o acréscimo de um elemento fundamental para tudo isso fazer sentido: as pessoas, que precisam integrar essas inovações e humanizar as tecnologias.
Durante a palestra de abertura da Arena de Conteúdo TecnoCarne, intitulada “O Futuro 5.0”, o diretor de compliance da BRF, Reynaldo Goto, instigou o público a pensar no Chat GPT para deixar bem didático o conceito que ainda engatinha da indústria 5.0.
Ele citou que a inteligência artificial pode ser bem positiva, mas ressaltou que ela não anda sozinha e precisa da inteligência humana para executar sua função. “A indústria 5.0 ainda está distante do que acreditamos que será a revolução”, salientou Goto.
Indústria 5.0: primeiros passos
Um exemplo prático do que já acontece na empresa alimentícia dona da Perdigão e da Sadia é a assistente virtual Flor, do RH. A ferramenta utiliza inteligência artificial e machine learning para tirar dúvidas sobre recursos humanos dos cinco mil refugiados estrangeiros que integram o Grupo BRF.
Os comandos podem ser feitos pelo WhatsApp 24h por dia. As dúvidas são diversas e vão de manual da transparência da empresa a denúncias. De acordo com dados do grupo alimentício, a assistente virtual recebe cerca de 42 mil mensagens diárias.
Potencial tecnológico e potencial humano
Ainda no primeiro dia da TecnoCarne, no painel “A Indústria 5.0 como fator determinante para a inclusão social”, a professora Ana Lúcia Menezes dos Santos, do Labdata-FIA, deixou muito claro que a indústria do futuro precisa fazer com que as pessoas se desenvolvam e também se reconheçam como parte deste universo, entendendo que tecnologia e inteligência humana caminham juntas.
“As pessoas treinadas e qualificadas, se fizerem uso de dados informações, vão poder solucionar problemas dentro das empresas”, defende. Segundo a especialista, a iniciativa de unir esses dois recursos já tem mostrado resultado, a exemplo da Flor do RH.
“É preciso que se veja o indivíduo dentro da organização. Ele não é um número, ele é um ser humano. E esse ser humano tem dores, tem qualidades, tem talentos e informações que ele pode trazer para empresa que vai contribuir muito mais. É para esse caminho que anda a indústria do futuro”, frisa.
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