No Brasil, o selo SIF é responsável por garantir a qualidade do leite e outros produtos de origem animal, assegurando a inspeção federal e a conformidade com rigorosos padrões de higiene e segurança alimentar. Mas existem outros selos e certificações importantes para a comercialização do leite no país. Descubra quais são.
Até o leite chegar à indústria e ao consumidor, o produto passa por uma infinidade de testes. Afinal, garantir a qualidade da bebida e seus derivados é a mola propulsora para a segurança alimentar de uma população.
O Serviço de Inspeção Federal (SIF) é uma referência nesse aspecto; o principal responsável por assegurar aos consumidores a procedência e qualidade dos produtos de origem animal, inclusive os lácteos.
No entanto, existem diversos outros selos de certificações de alimentos. Muitos deles, igualmente relevantes para a comercialização de leite no Brasil.
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Quais os selos relacionados à qualidade do leite?
SIF (Serviço de Inspeção Federal)
O SIF é o principal e mais conhecido selo de qualidade do leite. Vinculado ao Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA), é responsável por assegurar a qualidade de diferentes produtos de origem animal destinados ou não à alimentação.
Ou seja, inclui carnes, pescados, ovos, mel, cera de abelha e, claro, leite e seus derivados.
Segundo o Ministério da Agricultura, “todos os produtos de origem animal sob responsabilidade do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento são registrados e aprovados pelo S.I.F. visando garantir produtos com certificação sanitária e tecnológica para o consumidor brasileiro, respeitando as legislações nacionais e internacionais vigentes”.
Selo SIE (Serviço de Inspeção Estadual)
Similar ao SIF, o SIE é emitido por órgãos estaduais de inspeção. É responsável por garantir a qualidade dos produtos dentro do estado onde é emitido. Dessa forma, as exigências variam de acordo com a região.
Com esse selo, o produtor tem a autorização para a comercialização estadual.
Selo SIM (Serviço de Inspeção Municipal)
O SIM é emitido por prefeituras. O selo assegura que os produtos foram produzidos em conformidade às normas sanitárias de cada cidade.
Segundo o Ministério da Agricultura, em 2023 mais de 2.000 municípios brasileiros já possuíam SIM.
No mesmo ano, o serviço inspecionou mais de 100 mil estabelecimentos que produzem e comercializam produtos de origem animal.
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Selo SISBI (Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal)
Basicamente, este é um sistema que integra os serviços de inspeção de todos os estados e municípios ao Serviço de Inspeção Federal. Dessa forma, padroniza e facilita a comercialização de produtos de origem animal em todo o território nacional.
ARTE (Autorização de Relatório Técnico Especial)
O ARTE certifica produtos artesanais com características únicas. O intuito é autorizar a elaboração de relatórios técnicos específicos para produtos de origem animal.
Certificado de Biosseguridade (CBS)
O Certificado de Biosseguridade garante que a produção siga boas práticas de manejo para impedir ou reduzir riscos de doenças transmitidas por animais.
No caso do leite, o CBS garante que a propriedade siga protocolos rigorosos de higiene, manejo sanitário e controle de zoonoses.
Isso significa que os animais são criados em um ambiente seguro e saudável, o que contribui para a qualidade do leite e a segurança alimentar.
Instrução Normativa n.º 51 (IN 51)
A Instrução Normativa n° 51, ou simplesmente IN 51, é uma das regulamentações mais importantes do Brasil.
A norma estabelece os padrões de qualidade do leite, incluindo critérios como teor de gordura, contagem bacteriana, contagem de células, acidez e outros parâmetros essenciais.
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Quais são os principais indicadores da qualidade do leite?
Em geral, os indicadores são utilizados para avaliar as condições de armazenamento do leite, higiene da ordenha e, principalmente, detectar a presença de elementos que possam causar doenças.
A seguir, descubra quais são os principais:
- Teor de gordura: certamente, um dos principais indicadores da qualidade nutricional do leite. Variações no teor de gordura podem afetar o valor nutricional, textura e o sabor do produto.
- Acidez: indica o grau de fermentação do leite.
- Densidade: esta é a medida da concentração de sólidos, como gordura e proteína. A adição de água, por exemplo, altera a densidade do leite.
- Contagem de células somáticas: a CCS diz respeito a células brancas do sangue, presentes no leite. Quando elevadas, podem indicar problemas de saúde na glândula mamária da vaca, como mastite.
Além disso, o leite deve estar sempre fresco, homogêneo e livre de impurezas.
Alcançar a qualidade do leite ideal não é um desafio fácil. Por isso, existem tantos selos e normas visando garantir a saúde pública brasileira.
Hoje, temos normativas suficientes para que a população não fique em risco a partir do consumo de produtos lácteos. No entanto, é preciso ficar atento às mudanças e tendências da indústria para garantir a segurança constante de todos.
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