A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) está presente na Food ingredients South America (FiSA), maior feira de negócios do setor de ingredientes para as indústrias de alimentos e bebidas na América do Sul.
A representante da agência, Paula Soares, Coordenadora do Agronegócio, falou ao Food Connection sobre a atuação no setor de alimentos e bebidas. Confira a seguir.
O que é a Apex?
A Apex-Brasil é a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. Nós somos vinculados ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), e o nosso objetivo maior é fazer com que as empresas brasileiras acessem o mercado Internacional. Ou aquelas que não exportam começam a exportar, ou aquelas que já exportam, exportem ainda mais.
Então, nosso principal objetivo é fazer com que as empresas achem novos compradores, abram novos mercados com a ajuda da Apex, do Ministério da Agricultura (MAPA) também. Isso tudo voltado para que, no final, a gente aumente as exportações, convertendo empresas não exportadoras em exportadoras e aumente a nossa competitividade no mercado Internacional.
Como a Apex atua?
A Apex desenvolve diversos tipos de programas focados em entender e conciliar a maturidade exportadora da empresa com o tipo de serviço com o qual ela vai iniciar ou aumentar suas exportações, seja encontrando um novo comprador numa rodada de negócios, seja desenvolvendo a sua página dentro de um e-commerce.
Antes de começar a exportar é preciso se estruturar internamente, quais é a formação de preço, quanto ela vai cobrar pelo produto em determinado mercado, qual a estratégia dela para entrar naquele mercado. Então para cada empresa a gente precisa ter uma solução meio que customizada para que atenda tanto o grau de maturidade dela quanto também o grau de maturidade que ela vai encontrar lá fora.
A Apex vai subindo degrau a degrau junto com a empresa, com essa base de serviços, oferecendo estudos, oferecendo consultoria, oferecendo a oportunidade de estar cara a cara com o comprador, para aquela exporte, até que ela consiga andar sozinha, sem a nossa participação. A gente atende qualquer tamanho de empresa, pode ser produtor rural, cooperativa, empresas de pequeno até grande porte.
E qual o custo para as empresas?
Os estudos são gratuitos e as capacitações, a grande maioria, é gratuita. Algumas capacitações específicas têm alguma taxa, mas que é muito pequena e compatível para que as empresas possam participar.
Nós temos participação em algumas feiras de negócios e a participação das empresas é praticamente toda subsidiada pela Apex, que é vinculada ao governo. Então, por exemplo, se ela for em uma feira internacional com a Apex, ela vai gastar até 30% de quanto ela gastaria indo sozinha. A gente tem empresas gigantescas até as pequenas, porque eles vêm muito valor em estar junto com a gente nesses eventos internacionais.
Como é feita a capacitação das empresas?
Em termos de regulação de mercado, a gente tem uma área de inteligência, dentro da APEX, que ela é focada tanto em achar a oportunidade de mercado, mas também de entender o regulatório e as barreiras técnicas para entrar em cada mercado.
A gente tem uma equipe dedicada a estudar mudança de legislação de cada um dos países que afetem as exportações brasileiras, entender barreiras tarifárias e não tarifárias que afetam aqueles países. Eles trazem um estudo de cada país sobre o que cada empresa tem que se atentar. Existem alguns alertas de mercado, por exemplo: mudou uma legislação específica de rotulagem na Europa, então eles mandam para toda a nossa base e divulgam isso.
Qualquer pessoa que tenha acesso, é só você entrar no site da Apex e se cadastrar no e-mail marketing, então você vai começar a receber informações desde feiras e eventos até aspectos de mercado internacional. Lá no site a gente também tem um painel de monitoramento de mercado.
Por exemplo, eu vou lá e seleciono café, aí eu vejo as oportunidades no mundo todo para café, qual é a demanda, quais são os principais concorrentes etc., além dos principais aspectos legislativos daquele produto.
Quando é algo muito específico também, que a gente não tenha, a empresa também pode contratar o serviço para que estude o produto dela naquele mercado.
Nesse programa de capacitação, a gente entende o produto da empresa, qual é o potencial de mercado e de venda, a construção de preço e entender onde vai ter menos barreira técnica, para então começar a aprender sobre exportação. Primeiro vai para os mercados em que o produto terá mais fácil acesso, geralmente na América Latina, para depois acessar os mercados mais exigentes, como Europa e Estados Unidos.
Como está hoje o trabalho da Apex no setor de alimentos e bebidas?
Hoje a gente tem 22 projetos de alimentos, bebidas e agronegócio, que já está na carteira de ações. Em termos de feiras de negócios, para esse setor, faz sentido estar nos Estados Unidos, Europa, América Latina. Então, se eu já exporto, posso entrar (na Apex) e já começar a expor numa feira como essa. Se for uma empresa que não sabe por onde começar, temos aqui os estudos focados nesse setor específico para cada tipo de produto.
É muito importante as empresas conhecerem a Apex, temos muito a oferecer.
*Paula Soares: Graduada em Engenharia de Produção pela Universidade de Brasília (UnB) e Especialista em Gerenciamento de Projetos pela FGV/DF. Atua como Coordenadora de Projetos de Promoção Comercial Internacional do Agronegócio na ApexBrasil, responsável por propiciar soluções às empresas e cooperativas brasileiras com diferentes tipos de maturidade para promoção das exportações.